Tijuca e Suas Muitas Árvores
A Tijuca é um bairro com relação histórica com as árvores. Aqui houve uma Floresta nativa, devastada pela ação do homem para dar lugar a vastas plantações de café por volta de 1760. Afinal, o coffea arábica encontrava ambiente favorável nas áreas mais elevadas dos morros cobertos por florestas.
Mas, como a Cidade do Rio de Janeiro traz, desde suas origens, a luta pela água (como denominou o engenheiro Rosauro Mariano da Silva) para a sobrevivência do carioca, as plantações de café tiveram que recuar. Após as secas que assolaram a Cidade desde 1824 até 1843 as autoridades decidiram empreender um programa emergencial para o replantio de árvores na Tijuca, tarefa empreendida a partir de 1861 pelo Major Archer, inicialmente com a ajuda de 6 escravos e, mais adiante, com 22 trabalhadores assalariados.
Além da nova Floresta que ali surgia, as ruas que se desenhavam ganhavam igualmente árvores em suas calçadas, tornando o bairro aprazível, com clima agradável e paisagem acolhedora.
Muitos tijucanos se incorporaram ao longo dos tempos na tarefa de manter a arborização urbana, cada um a seu modo. Entidades sociais, como o Rotary Club, também se incorporaram a essa nobre missão. Ano após ano, os rotarianos da Tijuca passaram a plantar as “Árvores da Amizade”, consagrando datas históricas, homenageando profissionais ou visitantes ilustres, chegando mesmo a plantar um “Bosque da Amizade” nos terrenos elevados do Montanha Clube.
Os Ipês passaram a ter outras companhias: fícus, amendoeiras, patas de vaca branca, cássias e muitas outras espécies ornam a paisagem, emprestando um toque de beleza invulgar.
Pela época do fim de ano, uma espécie exótica passou a ser observada na região: A Árvore de Natal, anunciando a chegada do “Bom Velinho”, dos sonhos e da mensagem cristã.
Ao final de novembro, mudas e mais mudas passam a ser notadas pelas residências, lojas e escritórios, simbolizando o espírito das festas natalinas. E por aqui também, com a evolução dos negócios, passou a se erguer, de dentro de um lago uma grande Árvore, colorida durante o dia, iluminada noite adentro, majestosa, bem no centro da Praça Saens Pena. E ali permanece para a alegria da criançada e de todos os passantes, até o final do ano, quando, então, deixa livre o espaço até o ano seguinte.
Pura verdade! A Tijuca é um bairro de muitas árvores e muitas histórias … e que assim permaneça por todos os tempos.
Joper Padrão do Espírito Santo
Governador 2001-02 do Distrito 4570 do Rotary International
Coordenador da Comissão da Imagem Pública do Rotary Club RJ Tijuca
Economista, Contador
Publicado no Boletim nº 14 Anp 61 do Rotary Club RJ Tijuca (Ver em http://www.rotarytijuca.com.br/Boletim/Boletim14_RCRJ-Tijuca_08122010.pdf)