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Saneamento conjunto do Rio e São Paulo

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Artigo: Saneamento conjunto de Rio e São Paulo

União da Cedae com a Sabesp trará um novo prisma

Joper Padrão do Espírito Santo

07/02/2019 – 00:00

Quando o presidente Eurico Gaspar Dutra inaugurou a Rodovia Presidente Dutra, em 1951, já pensava na união dos dois estados mais importantes da Federação. Responsável por 50% do transporte do PIB nacional, a rodovia é cercada por símbolos positivos para o desenvolvimento econômico e social do país e hoje poderá ser o símbolo da aliança para o desenvolvimento do saneamento.

As contas de anos de um estado ineficiente chegam pesadas e afundam o Rio a cada dia. Em 2017, o Estado do Rio de Janeiro tomou um empréstimo via governo federal para poder respirar financeiramente e assumiu compromissos, dentro do plano de recuperação fiscal, de promover ajustes, inclusive na Cedae, estatal fluminense de saneamento.

Qualquer governo que queira ser lembrado como moderno e eficaz precisa equalizar a questão do saneamento, porque só ele tem a capacidade de, ao mesmo tempo, melhorar a saúde humana e promover o desenvolvimento sustentável, movimentando a economia   com investimentos e geração de empregos – e valorizando o meio ambiente, dentre outros benefícios.

Por isso, se fôssemos apontar uma direção para a resolução de grande parte dos problemas, diríamos que o saneamento básico deve estar na pauta prioritária do governador do Rio, Wilson Witzel, que pretende fomentar o turismo como o “novo petróleo” do estado, como disse em seu discurso de posse. Um homem público corajoso e com iniciativas inovadoras em favor da população.

E este cenário é uma grande oportunidade para outro governador que tem batido na tecla da gestão eficiente na condução do Estado, o governador de São Paulo, João Doria. Ele tem em mãos a chance de realizar a maior parceria do setor de saneamento da história do Brasil. E, como bom empreendedor que é, reafirmar sua marca no mundo empresarial e da administração pública.

Como isso é possível? Sabe-se sobre os movimentos do governo paulista para criação da Holding da Sabesp, a maior do setor de saneamento das Américas.

Com o espírito de união desses dois governantes, poderemos ter um desenho de fusão, ou de aliança entre a Sabesp e a Cedae, para efetivar a universalização dos serviços de saneamento no Estado do Rio.

Além de resolver a questão do saneamento e promover etapa importante do ajuste fiscal do Estado do Rio de Janeiro, a união da Cedae com a Sabesp trará um novo prisma para a discussão a respeito da Medida Provisória 868, que tem por objetivo alterar o marco legal do saneamento: a lógica ainda mais forte da promoção do ganho de escala.

Temos assim, neste início de ano, dois governadores com vontades e discursos parecidos, de que vão fazer as coisas diferentes, impactantes, com gestão moderna, inovadora e eficiente. Ambiente favorável para a união de um setor tão importante para o desenvolvimento sustentável e que foi tão relegado nos últimos anos. Como diriam os mais jovens, estes da geração da inovação, #ficaadica.

Joper Padrão do Espírito Santo é especialista em Planejamento Estratégico e Saneamento Ambiental

Imagem colhida em http://blogdoricardonovais.blogspot.com/2012/08/rivalidade-rio-sao-paulo.html

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4 comentários

  1. Num mundo de fusões corporativas com objetivo de aumentar a capacidade de atuação no mercado de forma efetiva e elevar sua força competitiva, o artigo não é apenas uma dica mas uma solução estratégica para tratar uma das maiores riquezas do planeta e atender as demandas de nosso estado.

  2. Durante muito tempo assistimos os estados enfrentando seus problemas de forma solitária e, na maioria dos casos, sem estratégia e inteligência. As boas iniciativas são pontuais e não compartilhadas. O “jogo político” predominando e enfraquecendo as ações de médio e longo prazo.

    Neste momento em que vivemos uma nova onde de otimismo, uma maior aproximação entre os dois estados mais rico do país é sem dúvida um caminho para mitigar vários problemas comuns.

    A proposta hora citada (uma união ou parceria estratégica entre as duas maiores companhias de saneamento do país) pode ser o início de uma nova era para o Rio de Janeiro e São Paulo, beneficiando todos os brasileiros.

    Imagine o potencial que teremos com RJ e SP juntos, somando esforços, dividindo experiências e compartilhando soluções.
    Juntos somos mais fortes.

    #ficaadica

  3. Prezado Joper,

    Brilhante proposta. Tive a oportunidade de trabalhar na CEDAE por 4 anos e pude vivenciar as dificuldades da empresa bem como seus potenciais.

    Sua proposta vai de encontro exatamente ao equilibrio desses 2 gigantes.

    Tambem acredito que o momento seja pertinente tendo em vista que ambos governadores tem um perfil empreendedor e arrojado, e ainda, hoje tem sido uma opcao para empresarios e dirigentes, grandes fusoes, se tornando verdadeiras potencias.

    Parabens pela proposta extremamente oportuna, rica e atual e complexa.

    Forte abraco.

  4. Joper.
    Esse negócio de holding do saneamento não pega. Esses tipos de dinossauros estão em desuso.
    Mais eficaz é uma rede de pequenos autônomos.
    Tem mais segurança jurídica e menos centralização dos recursos financeiros.

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