Rotary Club do Rio de Janeiro – Vila Isabel
A cidade, a grande metrópole, é uma realidade dos tempos modernos a provocar a competência de seus cidadãos.
Governantes e todos os segmentos da sociedade precisam encontrar, a cada dia, soluções para as inúmeras questões que se sucedem, colocado a prova a capacidade de organização das pessoas em convívio.
O que era plano, horizontal, hoje se vê vertical. Casas cederam espaço a edifícios e, hoje, aos condomínios, verdadeiras cidades dentro de outra cidade. As áreas verdes, as encostas, viram espaços disputados pela especulação imobiliária, transformando-se em expansões para o desenvolvimento de grandes aglomerados humanos, às vezes maiores,sob o ponto de vista populacional, do que muitas cidades do interior.
As pessoas se espremem em habitações toscas, em condições sub-urbanas, muitas das vezes sub-humanas para que estejam mais próximas de seus locais de trabalho, ensejando toda sorte de problemas sociais para si mesmas e para as comunidades que integram.
O que antes era natural, hoje passa a ter escala industrial. É o caso, por exemplo, do saneamento básico. A água, para ter potabilidade, poder ser usada para mitigar a sede, para a higiene pessoal e para a elaboração de alimentos, precisa receber tratamento com sofisticados processos fabrís, para que possa ser oferecida ao consumo humano.
Mas, também, as águas servidas precisam passar por complexos sistemas de tratamento, de modo a preservar o meio ambiente do qual somos parte integrante, no qual estamos inseridos indissociavelmente.
As águas das chuvas, que se infiltravam pela terra, hoje correm por canaletas de asfalto e concreto. Nossos terrenos tornaram-se impermeáveis. Consequências? Inundações constantes, riscos de epidemias, proliferação de focos de roedores e insetos. Tudo concorrendo para a elevação dos custos sociais e da carga tributária imposta àqueles que constituem as camadas sociais que contribuem para as estruturas organizadas de governo.
O homem, que antes era desafiado pelas intempéries, hoje vive dentro de cercas para sobreviver. Quase que enjaulado. Em casa, tem grades ao seu redor. Para sua locomoção, necessita de verdadeiras caixas refrigeradas para que possa se deslocar.
A água que bebemos, o ar que respiramos, os alimentos que ingerimos, tudo sofre as consequências do chamado progresso humano. Realidade incontestável dos tempos, com o que temos que conviver e que temos que administrar.
Os desafios são tamanhos e tão variados que todos precisam estar envolvidos no equacionamento das questões urbanas. A sociedade organizada precisa encontrar soluções adequadas. Deixar de fazê-lo seria caminhar no sentido do caos.
Nesse contexto, Rotary tem papel relevante. Somos um grupo de profissionais, líderes em nossos negócios e atividades, das mais variadas formações, dedicados a servir ao próximo.
Próximo esse representado por nossos familiares, e por pessoas que sequer conhecemos individualmente, as quais jamais fomos ou seremos apresentados.
Assim surgem, por exemplo, programas de Rotary como o Salve o Planeta Terra, legado histórico do sempre vivo, embora de saudosa memória, Presidente Paulo Viriato Corrêa da Costa, que com rara inspiração deixou como herança para a Humanidade, o programa apoiado pela Fundação Rotária que nos conduz a pensar globalmente e agir localmente em defesa da vida humana, em defesa do meio ambiente.
Nossa determinação é de construir a paz e a compreensão mundial, a partir da boa qualidade de vida em nossas próprias comunidades. E, também, a de contribuir para a minimização dos programas em outras regiões, por mais distantes que sejam.
Por isso, podemos dizer: A HUMANIDADE É A NOSSA MISSÃO!. Porque trabalhamos arduamente em prol do ser humano, antes e acima de tudo, sem descuidar de todos os aspectos que envolvem, e que lhe garantem meios dignos de sobrevivência harmônica com a Natureza.
Nós, que temos inspirado nossos pronunciamentos em canções populares, em nossos compositores que tanto contribuem para a difusão mundial de nossa cultura, só poderíamos faze-lo nesta oportunidade, neste Rotary, valendo-nos de Noel. Estar em Vila Isabel e deixar de citar Noel, seria um ato de impropriedade histórica. Uma falta indesculpável. Quase que um gesto de insanidade.
Pois bem, o Poeta da Vila, o inesquecível Noel, retratou em uma de suas canções, a beleza da Cidade, ou melhor, da “sua Cidade”. Diz Noel: Cidade de amor e ventura, que tem mais doçura que uma ilusão. Cidade mais bela que o sorriso, maior que o paraíso, maior que a tentação. Cidade que ninguém resiste, na beleza triste de um samba-canção. Cidade de flores sem abrolhos, que encantando nossos olhos prende o nosso coração.
Só mesmo Noel, concordam?
Essa Cidade a que se refere Noel – de amor e ventura, de sonho e grandeza, que guarda riqueza na terra e no mar – precisa que pessoas com a nossa fibra estejam atuantes, desenvolvendo projetos, provocando a sinergia dos diversos agentes sociais, para que a qualidade de vida seja preservada.
Esse, aliás, deve ser um dos mais importantes papéis de um Rotary: provocar a sinergia dos agentes da sociedade. O que isso significa? Somos líderes, que conhecem pessoas, que lidam com autoridades, que negociam com empresários, muitas das vezes amigos pessoais daqueles que movem as organizações, públicas ou privadas.
Se nós colocarmos essa verdadeira, essa autêntica, essa genuína força de nosso movimento em favor da solução dos problemas sociais, veremos o quanto é capaz de ser feito, dispensando até mesmo o dispêndio de nossos próprios recursos, mesmo que sejam aqueles destinados a projetos humanitários, geridos pela Fundação Rotária.
Por isso, o Compromisso Global do Rotary nos conduz ao desenvolvimento do quadro social. Um novo sócio a cada mês. Novas idéias se incorporarão aos nossos ideais. Essa meta precisa ser perseguida incansavelmente. Esse deve ser o nosso projeto prioritário. Deixar de fazê-lo é o mesmo que abdicar a nossa perpetuidade. Seria deixar de rejuvenescer. Seria a estagnação.
E nós, líderes, seguimos para a frente e para o alto, como nos inspira a águia, símbolo sugerido pelo Presidente King, que nos traz motivos para muita inspiração.
Na letra de Leonardo Boff, por exemplo. Nas várias formas de interpretarmos a garra do animal. E também em emblemas e troféus, como aquele denominado Compromisso Global do Rotary, que será entregue ao Rotary Club que se sagrar vitorioso na busca do cumprimento de suas metas.
E, em falando em troféus, quem deixaria de ter consigo o Troféu Novos Horizontes, peça em cristal, simbolizando o ato heróico da conquista de novas plagas? Pois bem, esse Troféu será entregue aos três doadores que mais se destacarem no volume de contribuições à Fundação Rotária, assim como ao Governador Assistente destaque por seu desempenho junto aos clubes que assistem.
Uma peça semelhante a essa, aliás, será entregue como lembrança ao casal Richard e Cherrie King, quando da recepção que lhes ofereceremos em 11 de setembro próximo, em jantar que está sendo organizado pelo companheiro Governador Edson Avellar, no Jockey Club do Rio de Janeiro, em sua sede na Avenida Presidente Antônio Carlos, no Centro do Rio de Janeiro.
Por último, eu e Vitória deixaremos de concorrer aquele que, para nós, é o Troféu de grande valor artístico: Miguel de Cervantes, entalhado em madeira, lendo sua obra universal, forma o Troféu Passaporte para Excelência, que será entregue ao Presidente que melhor trajetória fizer ao longo de sua jornada, liberando seus Companheiros de Clube.
Lindas peças, concordam? Preparados para a sua conquista?
Cremos que em sua grande maioria, a equipe de Presidentes Padrão, Governadores Assistentes e de todos os Companheiros e Companheiras do Distrito 4570, compreendem que esses Troféus, assim como os galhardetes, insígnias e até mesmo o Grande Prêmio- a inscrição do Casal Presidente na Convenção do Rotary em Barcelona em 2002, são meros estímulos para incrementar o clima de intenso Companheirismo entre nós.
A bem da verdade, mesmo que esses Troféus deixassem de existir estaríamos todos movidos pelo nosso ideal pela nossa missão. Pelo dever e pela satisfação de servir ao próximo.
Companheiros e Companheiras de Vila Isabel. Vocês, liderados pelo casal Nelson Macedo e Mara, verão que crescer é possível, tanto quanto necessário.
Da mesma forma, cada Presidente Padrão sentirá semelhante sensação confirmando essa assertiva. Sentindo e demonstrando o autêntico entusiasmo pelo trabalho rotário, atrairão novas lideranças que a nós se somarão.
Afinal, nossa missão é grandiosa. A HUMANIDADE É A NOSSA MISSÃO!
A Vila não quer abafar ninguém. Só quer mostrar que tem Rotary também. Mantenham vivo – Rotarianos de Vila Isabel, a mensagem com a qual o nosso querido companheiro Celso Macedo lhes presenteou na época de sua fundação, diríamos, da gestação deste Clube, com a marchinha doce, como Celso Macedo e embalando as origens do roda de de Vila Isabel.
Sigam, Companheiros, sua trajetória de feitos e conquistas. A Cidade merece, e lhes agradece. E todos nós, em coro, diremos: Obrigado por existirem – Rotarianos de Vila Isabel.
Obrigado.
Rio de Janeiro, 7 de novembro de 2001.
Joper Padrão
Saudação ao Governador pela Companheira Cida Loja

É interessante refletir sobre a evolução do estilo de vida humano ao longo dos tempos, que você brilhantemente, já nos alertava há 23 anos atrás. Antes, o homem enfrentava as intempéries da natureza em busca de sobrevivência, mas agora encontramos segurança e conforto dentro de nossas casas cercadas por grades. A mobilidade também sofreu uma transformação, com a necessidade de veículos refrigerados para nos deslocarmos de um lugar para outro. Essas mudanças evidenciam como a sociedade moderna criou um ambiente controlado e protegido para si mesma.
No entanto, é importante questionar até que ponto essa “jaula” moderna nos limita ou nos protege. Embora as comodidades e seguranças oferecidas sejam indiscutíveis, talvez tenhamos perdido um pouco da conexão com a natureza e a liberdade que nossos antepassados experimentavam. Encontrar um equilíbrio entre a segurança proporcionada por nossas estruturas modernas e a necessidade de nos reconectarmos com o mundo natural pode ser crucial para nosso bem-estar físico e emocional.