Os Desafios do Lions e do Rotary diante das tecnologias e valores do novo Século
A tecnologia da informação e os valores do novo Século são desafios para organizações centenárias que emergem do mundo dos negócios, formadas por profissionais e empresários que dedicam parcela significativa de seu tempo e recursos no apoio e desenvolvimento de projetos humanitários, com extensa folha de serviços à Humanidade, como o Lions e o Rotary.Mas, assim como um copo com metade de seu volume com água pode ser visto como meio vazio, ou meio cheio, esse mesmo binômio – tecnologia e valores – pode ser considerado como desafio, no sentido de problema, ou oportunidade, como chance para a pavimentação de nossas estradas pelo presente e futuro próximo.
Ao mesmo tempo em que as comunicações virtuais nos mostram um novo contingente de jovens plugados na rede mundial pela Internet, tendentes a um suposto isolamento, ensimesmados em suas telinhas, essas mesmas redes servem de meio para que grandes concentrações populares possam ser espontânea e rapidamente convocadas, como no caso da última passeata contra a corrupção em várias cidades do Brasil, quando milhares de pessoas foram à ruas movidas por contatos pelo Facebook.
Assim como o noticiário nos coloca diante de fatos que denigrem a condição humana que nos levam a entender que os valores sociais possam estar em estado de degradação, vê-se por outro lado a consciência crescente no sentido da reversão dos danos provocados à Natureza, num clamor pela ética que possa restabelecer o equilíbrio necessário que garanta condições de vida para as gerações futuras, como é o caso do Plano Visão 2050 produzido pelo empresariado que integra o World Business Council for Sustainable Development em busca da efetiva sustentabilidade no mundo dos negócios.
A evolução da tecnologia tem sido uma mola propulsora do desenvolvimento social em todos os campos de sua aplicação. Será, então, um desafio para Leões e Rotarianos? Em nossas empresas a adotamos para incrementar nossas atividades. O mesmo podemos fazer em nossas entidades.
No Século passado sobrevivemos a duas Grandes Guerras, enfrentamos as adversidades de cada época, superamos as mazelas de mundos divididos e nossas entidades cresceram. Nestas últimas décadas o Muro de Berlim foi derrubado e mercados comuns foram estabelecidos, como o Europeu.
Nesse mesmo mundo, empresários se mostram sensíveis à implementação de programas corporativos com investimentos comunitários de significativa relevância. São homens e mulheres dinâmicos que vislumbram oportunidades na área de responsabilidade social. Certamente, têm o perfil idêntico ao de companheiros Leões e Rotarianos, mas aos quais nos falta demonstrar o quanto nossas entidades podem servir a seus legítimos ideais corporativos.
Se, então, as tecnologias e os valores podem ser fatores propulsores do crescimento de nossos quadros associativos, quais serão então os obstáculos com os quais nos defrontamos?
Steven Covey explora em seu livro O 8º Hábito, um conjunto de entrevistas com alemães que habitavam Berlim Ocidental e Berlim Oriental antes e depois da queda do muro. As entrevistas gravadas nos mostram que as mesmas pessoas que sofriam com a separação que os tijolos lhes impunha, que lutaram por sua derrubada, logo em seguida à queda passaram a sentir a sua falta. Incrível, mas as diferenças culturais lhes fizeram “sentir falta” do muro . PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO – RESPONSABILIDADE SÓCIO-AMBIENTAL / CONSULTORIA Tel (21) 9983-2692 / www.contador-padrao.blogspot.com / joperpadrao@oi.com.br
Conclui, então, o autor que os muros mais difíceis de serem derrubados são os “muros interiores” que criamos em nossas mentes e no modo de ver e entender a mudança.
Esse, então, pode ser um dos desafios de entidades centenárias: a adaptação à mudança!
Nesse sentido, também devemos ter otimismo. Temos evoluído ao longo dos tempos. Esta reunião conjunta, fruto da iniciativa do Lions Club do Rio de janeiro e que encontra no Rotary Club da Tijuca ressonância, é um exemplo desse constante espírito de saudável adaptação à mudança. Estamos fazendo História!
Outras iniciativas como esta ocorrem pelo Mundo. Em Marilia, progressista Cidade do Interior de São Paulo, o Governador de Rotary – Márcio Medeiros, e o Governador de Lions – Ricardo Komatsu, já acertaram para o mês de março de 2012 um encontro conjunto. Lá estarei para, ao lado de um Companheiro em Lions (provavelmente Augusto Soliva – de São José dos Campos), prosseguir na caminhada iniciada em maio de 2002, quando a Governadora de Lions entronizou a Bandeira dessa fabulosa organização na Conferência do Distrito 4570 de Rotary International, na Casa de Espanha.
É imperativo que se compreenda o resultado positivo das parcerias do bem. Do quanto o trabalho conjunto pode ser frutuoso para todos.
Além da adaptação à mudança, um segundo aspecto a considerar deve ser o da compreensão do público-alvo que se pretende alcançar: Líderes profissionais e empresariais que ainda faltam conhecer nossas organizações. Esses homens e mulheres são muitos exigentes quanto à disponibilidade de seu tempo. Precisam sentir eficácia nas ações para se aproximarem e manter efetivo interesse. Trazem consigo redes de relacionamentos profissionais com os mesmos requisitos. E é nosso desafio mostrar-lhes uma face de resultados efetivos, de praticidade e da sinergia que resulta de suas inserções em nossas redes mundiais.
Em resumo, companheiros e companheiros em Lions e em Rotary: os avanços tecnológicos e os valores dessa sociedade da qual fazemos parte podem ser propulsores do fortalecimento de nossos propósitos humanitários. É nosso desafio manter constante atitude proativa diante da mudança dos tempos, como protagonistas da História, e fazer com que nossas redes de companheiros se expanda com a adesão de novos contingentes de líderes que com o seu modo de ver a vida, possam agregar suas experiências em favor do desenvolvimento humano.
Líderes são como águias: não se acham em profusão. Eles se destacam entre os demais e permanecem fiéis aos compromissos assumidos. Assim acreditamos. Líderes anseiam por estar próximos de batalhadores e vencedores; jamais de vencidos, derrotados ou derrotistas. Precisamos, pois, perseverar em nossos propósitos, elevando cada vez mais alta as bandeiras de Lions e de Rotary em nossas comunidades, em favor da paz e da compreensão entre os homens.
Conhecendo a nós mesmos, conseguiremos envolver a Humanidade. Humanidade que é a Nossa Missão. Eu acredito!
Isto é Rotary! Isto é Lions! Vida longa a essas fabulosas organizações!
ACRJ, 19 de outubro de 2011.