O que eu tenho a ver com isso ???
Ao lado da Companheira Adélia Antonieta Vilas viajei a Luanda, Angola, pelo programa Carl Miller de Rotary International. Lá permanecemos por 7 dias prospectando canais confiáveis pelos quais a Fundação Rotária poderia carrear recursos para a campanha de vacinação contra a poliomielite. Tomar essa atitude em 1998 levou alguns desavisados a perguntarem: O que o Joper tem a ver com isso? Talvez haja quem tenha dito … esse cara é um sonhador. Mas lá fui e cumpri minha missão trazendo de volta mais que as informações desejadas, mas uma bagagem inacreditável de ricas experiências humanitárias.
O tempo passa e em 2001 recebo do Presidente de Rotary International a missão de exercer a função de Governador do Distrito pioneiro entre os países de língua portuguesa, e de difundir o lema A Humanidade é a Nossa Missão! Aqui, mais que o cumprimento do dever, incorporei o sentido do lema em minha vida. Assimilei a máxima em minha conduta como cidadão do mundo. A Humanidade passou a ser a minha missão, de fato!
Idos de 2008. Num dado momento eu recebo um e-mail pedindo ajuda para desabrigados pelas inundações no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. Talvez coubesse me perguntar: E eu com isso? Ao invés disso, procurei fazer a minha parte, por mais modesta que fosse. Um casal de rotarianos catarinenses – Valdir e Dulce Fiedler – merecia meu empenho. E sem titubear, me coloquei a agir junto às minhas redes de relacionamentos, carreando depósitos na conta bancária do Distrito 4650 de Rotary.
Em 2011, fortes temporais deixam mais de 900 mortos na Região Serrana do Rio de Janeiro e mais de 35 mil desabrigados. De repente recebo uma ligação de um telefone desconhecido, DDD 47. A voz de um homem identifica o nome de um rotariano de Joinville que logo me informa: Joper tenho uma carreta pronta para se deslocar de Joinville para a Região serrana de seu Estado. Onde deve descarregar nossas doações? Eu desconhecia de quem vinha aquele contato. Pedi um tempo. Retornei e lhe indiquei a direção em Nova Friburgo, e a quem as doações deveriam ser entregues.
Além de roupas, alimentos não perecíveis, e ferramentas, a carreta vinha com o seu motorista (é claro!) e um jovem rotaractiano para atuar como voluntário. Incrível, mas era verdade. E mais outras carretas se sucederam (foram muitas ….) em socorro a flagelados fluminenses. E meu companheiro, o que tinha a ver com isso?
A resposta para ambas as situações é clara: O que tínhamos a ver com isso? Solidariedade, como um ato espontâneo.
Muitos outros episódios eu poderia alinhar aqui, para narrar as várias incursões em situações humanitárias. Mas prefiro trazer essas reflexões aos dias atuais.
Tenho usado o meu site para divulgar alguns textos sobre o conflito bélico na Europa Oriental. Mais especificamente, tenho manifestado a minha inquietação com os hoje mais de um milhão e quinhentos mil refugiados que deixam a Ucrânia em fuga desesperada dos ataques que aquele País vem sofrendo há 11 dias.
Como aconteceu com minha viagem a Angola, é de se esperar que alguns perguntem: o que o Joper tem a ver com isso? Há, inclusive quem possa pensar que eu devesse demonstrar solidariedade ao povo do País agressor, por admitirem que mereçam apoio. Sem entrar nessa cilada, eu me pergunto: com que palavras poderia lhes dizer que lhes sou solidário?
Confesso, só encontro palavras para me dirigir às milhares de crianças que, sem entenderem o que se passa ao seu redor, terão que se desenvolver com as consequências dessa brutal transformação em suas vidas. Também consigo manifestar minha solidariedade às mães, às gestantes e às milhares de mulheres que deixam seu lares e seus maridos e filhos em seu país de origem, e viverão como refugiadas no estrangeiro, lá tendo que se adaptar à cultura e aos naturais desafios.
Consigo ter palavras de solidariedade aos idosos, muitos dos quais com deficiências físicas graves, que ao invés de encerrarem seus ciclos de vida em seus habitats, terão que enfrentar a adaptação e se submeter aos favores de quem os acolhe.
Consigo sofrer, mesmo sem conhecê-los, pelos milhares de deficientes físicos, sejam aqueles que conseguem se deslocar superando suas dificuldades, ou àqueles que terão de suportar as condições adversas nos escombros de suas casas em seu próprio País.
Por essas e outras, tenho procurado encontrar pessoas em meu País, notadamente nos Estados do sul, descendentes de ucranianos, para me corresponder com elas, demonstrando o meu respeito a seus conterrâneos refugiados e a minha palavra de elevado senso humanitário. Sei o pequeno alcance de minha atitude, mas lembro da metáfora do colibri que apaga o incêndio na floresta levando gotas de água em seu bico, em incessantes viagens.
Enquanto escrevo, vem a minha mente as palavras de John Lenon:
Imagine que não exista paraíso.
É fácil se você tentar
Nenhum inferno sob nós
Acima de nós apenas o céu
Imagine todas as pessoas
Vivendo o presente
Imagine que não há países
Não é difícil
Nada para matar ou razão para morrer
Você pode dizer que sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Eu espero que algum dia você se junte a nós
E eu concluo: O que eu tenho a ver com isso? TUDO! E você, minha cara, meu caro leitor que me distingue com a sua generosa atenção? O que você tem a ver com isso ???
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Nós temos muito a ver com tudo o que acontece ao nosso redor. A ajuda material é importante, porém precisamos olhar para o semelhante que sofre; precisamos tentar colocar no coração das pessoas que somos iguais. Não somos melhores que os outros. Precisamos propagar a Paz entre os homens. Nossas crianças precisam de exemplo do bem. Parabéns pelo texto
Parabéns pelas ações empreendidas ao longo de sua vida. Exemplo de solidariedade humana.Temos “tudo com isso”.
Como Bandeirante e o lema “Sempre pronta para Servir” nos sensibilizamos e solidarizamos com as pessoas se estão vivendo momentos difíceis em Petrópolis, na Ucrânia ou qualquer outra parte do mundo.
Caro Joper, mais um texto lindo que me faz refletir, ver as crianças e os mais velhos se refugiando em outros países, sem saber o que está por vir, doi muito,e me sinto impotente, queria ajudar mais, poder dar um mundo mais justo a todos, mas mesmo sendo uma gota no oceano, sigo aqui,firme e forte no propósito de ajudar e gritar a todos ao meu redor: eu tenho TUDO a ver com isso, parabéns!
Prezado Joper,
Parabéns pela dedicação às boas causas. Seu empenho é admirável!
Abraço fraterno.
De Osny Telles Orselli (via Whatspaa): Muito bom ! Tem muita gente que pergunta: O que V tem a ver com isso ? Eu sempre respondi: Tudo rsrs Abraços fraternos Osny
Parabéns por ser um anjo na Vida de milhares de pessoas. Na Atualidade, temos tido a oportunidade de ver pessoas que pensam e agem em prol do próximo. O que tenho a ver com isso? Nem sempre existe uma resposta, mas a ajuda para as pessoas chegam de vários meios, isso é o que importa. Devolvo a pergunta com uma singela frase: Somos Seres Humanos, alguns com a Missão de Ajudar e Amar o Próximo.
Sempre temos alguma coisa a ver com isso…Belo texto para nossa reflexão. Parabéns pelo seu texto.
Na vida existe elos que o tempo não apaga.A luta de poder ser útil ao próximo,na colheita a adoção do bom pra valer. desfrutar amor onde existe dor parabéns sempre a luta e árdua mais a satisfação e maior amor onde ar dor lutar lutar e lutar.
A necessidade de empatia que muitos não entendem como obrigação de todo mundo é personificada em pessoas e palavras como as suas Joper.
Parabéns
De Elizena Ribeiro Chaves de Carvalho (via Whatsap): Seu testemunho/estímulo, demonstra q nossas escolhas nos impelem a caminhos sem volta q em seu início não revelam a extensão da jornada nem seu destino .” E eu com isso “? é uma chamada . Parabéns….. os exemplos arrastam!
Da Advogada e Acadêmica Mary Elbe (via Whatsapp): Que declaração muito linda e emocionante!! Parabéns!
Obrigada por compartilhar essa história e missão de vida que tanto já fez pelos maus fracos!!!
Amigo Joper,
A sua abnegação é contagiante.
Amor ao próximo é ajudar sem desejar nada em troca, é um ato de compaixão e empatia sem se deixar levar pelo orgulho. Amar ao próximo é se importar com a vida do outro e tratá-lo com respeito.
Um fraterno abraço.
De Cristina Roffer (via Whatsaop): Estimado Governador, como o seu texto me emocionou! Linda história de vida, exemplo de um verdadeiro rotariano, ser humano incrível. Obrigada por você existir. O mundo agradece. E todos nós temos muito a ver com isso.
De Abrahão Nascimento (via Whatspp): Parabéns Pela Excelente Iniciativa de Descrever Suas Histórias e Acontecimentos Rotarios… Muito Show Show Show….
Existe uma oração que diz assim: ” Dai-nos, Senhor, a serenidade necessária para aceitar como são as coisas que não podemos modificar; coragem para modificar aquelas que podemos; e sabedoria para distinguir uma das outras”… Que tal dobrarmos os joelhos na terra, levantarmos os braços para o Alto e implorar, humildemente e incessantemente a misericórdia de Deus ? Isto todos nós podemos fazer.
De Yoiti Fujiwara (via Whatsapp): Olá amigo … muito obrigado pela mensagem.
Voce nos faz com que lembremos, que todos deveríamos ser “sonhadores” como voce. É essa a postura que precisamos, para iniciarmos a nossa ação e, nos posicionarmos quando nos deparamos com os sofrimentos alheios.
A sua mensagem nos enche de vontade, de pararmos por um momento e fazermos o movimento na direção do caminho que está nos indicando.
Para sermos “Rotarianos em Ação” precisamos de uma direção e, com esse espírito me coloco à disposição.
Um grande abraço.
YOITI FUJIWARA
Prezado ConfradeJoper, temos tudo a ver. Como podemos, por a cabeça no travesseiro sabendo que quase 2 milhões de pessoas perderam os seus travesseiros, camas, quartos, casa, bairro, cidade, estado e País!!
Somos todos interdependentes.
Ninguém vai longe sem ajudar o outro, dizia Melvin Jones, fundador do Lions Clubes.
Portanto, tudo nos interessa.
Do Desembargador Antônio Carlos Esteves Torres (via Whatsapp): Não sei quem esboçou dúvida sobre “ o que você tem a ver com isso”. Mas vai receber meu agradecimento por nos proporcionar sua lição: você abre a boca ou empunha instrumento de escrever e demonstra que todos, rotaríamos ou não, temos a ver com tudo e todos, na estrada da solidariedade. Obrigado ao indagador; obrigado Presidente.
Amigo Joper. Entendo que o que está acontecendo na Ucrânia, todos nós temos a ver com isso. E você faz a sua parte com belo escrito e manifestando a insensatez que um dito líder mundial está provocando não somente na Ucrânia, mas em todo o mundo, pois consequências todos nós sofreremos. As dores que você relata, doem a nossa mente e o nosso coração. Sinto que suas sábias colocações são um chamamento à reflexão e conhecendo-o há muito tempo sei que são verdadeiras. Só tenho a agradecer por você aplicar o Lema “A Humanidade é a Nossa Missão”. Obrigado por você continuar nesta trilha do servir e nos envolver mais do que já estamos envolvidos e entristecidos pelo que sabemos, vimos e ouvimos sobre esta nefasta Guerra contra a Ucrânia. Desejos de paz, é o que posso querer neste momento.
Outro texto que ressalta o seu exemplo de cidadania e cuidado com o próximo, seja quem for. Todos têm, mesmo, tudo a ver. Alguns entendem e fazem; outros, deixam para lá. A natureza humana é complexa, amigo. Parabéns pelo posicionamento assertivo.
Estimado amigo e companheiro Joper,
Parabéns pelo texto e sensibilidade .
Você é um exemplo de solidariedade, dedicação e humanidade para com o próximo
A tensão entre Rússia e Ucrânia tem motivações políticas , econômicas e culturais. A tensão entre Rússia e Ucrânia tem como foco principal a aproximação dos ucranianos com as nações ocidentais. O interesse da Ucrânia em participar da União Europeia e a Otan suscitou da Rússia um temor de uma maior aproximação daquela nação com países considerados rivais pelo regime russo.
Nossa preocupação é que o conflito entre Ucrânia e Rússia possa evoluir para uma guerra mundial.
Precisamos de Instituições como o Rotary e de Líderes como Joper para propagação da PAZ tão sonhada nos dias atuais.
De José Maria Mesquita (via Whatsapp): Li seu texto e achei muito ilustrativo do tempo que vivemos e do que temos a fazer na vida e para compreender melhor o que é a nossa principal “missão “ nesta vida. Acho que a pergunta que você faz é iluminadora: que eu tenho a ver com isso? Se nas ocasiões que um pensar em perguntar a si mesmo o que tem a ver com isso, espero que a resposta seja: tudo. Menos que isso é preciso acreditar que está em tempo de refletir seriamente na vida e refazer seus rumos. Obrigado pelo artigo.
De Angela (via Whatsapp): Me comovi com seu texto. Estranho porque se eu não o conhecesse e visse nas ruas da Tijuca, não imaginaria essa sensibilidade. Tenho admiração por você, pelo ser humano que é. Enviei para uma pessoa, seu texto anterior e até meu comentário e o que ouvi foi inacreditável. Exatamente o que citou, só que foi uma suposição mas na verdade, foi real. Me responderam: “o que tenho com isso? Não me interessa a guerra.” Fiquei muito chocada …
Muitas vezes, não estamos à frente dos trabalhos de resgate ou coordenando entrega de suprimentos etc. mas como gosto de dizer, temos muito a fazer por trás dos bastidores. Muitas vezes sem plateia física mas temos os “olhos de fogo do Senhor” – apoc 19:12 sobre nós e isso é realmente maravilhoso e na verdade, só isso importa.
Que Ele continue te abençoando e capacitando nessa jornada.
“Ele observa atentamente os maus e os bons”- prov 15:3