Neste novo tempo
Othon Bastos, aos 91 anos de idade, em 2024 leva a cena no Teatro Vannucci, no Rio de Janeiro, a peça Não Me Entrego Não, com texto e direção de Flávio Marinho.
Por duas horas no palco, contracenando com Juliana Medella, como a sua “memória”, Othon mantém uma voz impecável, clara, sustentando o texto sem falhas, com passos firmes, alguns pulos e até passinhos de dança. Admirável!
A peça tem traços que levam os 400 espectadores às gargalhadas, quando Othon relembra sua trajetória artística com fino humor e permanente otimismo. No monólogo são citados Saramago, Emily Dickson, Pascoal Carlos Magno, Assis Chateaubriand, Ruy Guerra e muitas outras figuras que transitaram pela vida do ator.
Nascido em Tucano, pequeno município do Nordeste da Bahia, fixou residência no Rio de Janeiro, ainda jovem, e embora desencorajado por uma professora do ensino fundamental, persistiu, perseverou, e tornou-se um grande, destacado e longevo ator, ao invés de abraçar a carreira de dentista, como ela lhe orientava fazer. Ainda bem que ele se insurgiu!
Assistir ao espetáculo me fez lembrar tantas pessoas que, como ele, preferem a alegria, ao invés da alergia de viver cada dia, como diz o ator.
O médico rotariano Geraldo Leite, sergipano criado na Bahia, é uma dessas pessoas com as quais tenho a oportunidade de aprender pelo convívio. Irradiando energia, o Companheiro Geraldo Leite, aos seus 98 anos de idade, está em cena, atuando, produzindo e incentivando todos aqueles que tem a sorte de seu convívio. Um dínamo em constante geração de energia.
Também tive a sorte de ser amigo da professora Ivette Siqueira, minha afilhada no Rotary da Tijuca. A companheira Ivette me acompanhava em muitas de minhas visitas a Rotary Clubs da Cidade do Rio de Janeiro. Ivette estava sempre sorridente, alegre, dando aulas cotidianas do que era viver bem aos seus mais de 95 anos. Certa noite, já passava das 23 horas quando ao retornar de uma visita ao Rotary Club de Bangu, eu lhe perguntei: Ivette, você não sente dores? Isso porque ela era incapaz de se queixar de qualquer inconforto físico. Prontamente a companheira respondeu à minha indagação dizendo: Claro que sinto, Joper. Agora, quando chegar em casa na Tijuca, troco de roupa e coloco água morna e sal grosso numa banheira ao pé da cama. Açodado eu lhe disse: já sei, Ivette, você coloca os pés na banheira. E ela alegremente me disse: Nada disso. Depois de colocar o sal grosso na água morna eu penso: dor, vá embora. Você não é boa companhia. Deito e durmo. E nem sinto mais a dor … E assim tomei uma de suas lições. Para que serve dar valor ao que me incomoda, mesmo sendo uma dor pelo cansaço?
Dona Mercedes, minha mãe, foi longeva, chegou aos 99 anos. Minha sogra, Antônia Bastos, já celebrou os 91 anos com saúde e em plena atividade junto a seus filhos. Ivette chegou os 99 anos, sempre frequente às reuniões presenciais do Rotary da Tijuca. Geraldo Leite está comandando uma caravana de Acadêmicos ao Panamá e se prepara para estar à frente da Academia Brasileira Rotária de Letras quando celebraremos seu centenário de nascimento. Othon Bastos encena 3 vezes por semana 2 horas de espetáculo merecendo os aplausos de 400 admiradores a cada noite.
Essa é uma nova realidade da sociedade moderna que requer de todos o senso de respeito, inclusão e absorção dos ensinamentos produzidos pelos mais experientes e perseverantes, que mantém a alegria de viver cada novo dia que vivem o milagre que chamamos com certa banalidade como um novo dia em nossas vidas sem nos entregarmos, em nenhuma hipótese.
Ivan Lins, sempre inspirado e inspirador, nos diz em Um Novo Tempo:
No novo tempo, apesar dos castigos, estamos crescidos, estamos atentos, estamos mais vivos pra nos socorrer.
No novo tempo, apesar dos perigos, da força mais bruta, da noite que assusta, estamos na luta, pra sobreviver. Pra que nossa esperança, seja mais que a vingança, seja sempre um caminho que se deixa de herança.
No novo tempo, apesar dos castigos, de toda fadiga, de toda injustiça, estamos na briga, pra nos socorrer.
No novo tempo, apesar dos perigos, de todos pecados, de todos enganos, estamos marcados pra sobreviver.
Pra que nossa esperança, seja mais que a vingança, seja sempre um caminho, que se deixa de herança…
No novo tempo, apesar dos castigos, estamos em cena, estamos nas ruas, quebrando as algemas, pra nos socorrer.
No novo tempo, apesar dos perigos, a gente se encontra, cantando na praça, fazendo pirraça, pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver.
Pra que nossa esperança, seja mais que a vingança, seja sempre um caminho, que se deixa de herança…
Obrigado Dona Mercedes, Dona Lina, Ivette de Castro Siqueira, Geraldo Leite, Antônio Carlos Esteves Torres, Nelson Gonçalves Calafate, Arnaldo Bittencourt Marchetti, Moisés Ber Cytrynbaum, Dora Sodré, Marcilio Marques Moreira, Othon Bastos e tantos, tantos outros mestres inspiradores. Graças a vocês, estou na luta, pra que nossa esperança seja sempre um caminho que se deixa de herança … neste novo tempo de cada dia com alegria de viver!
Excelente crônica Joper – sua memória está afiada
Gostei da citação de novos tempos de iva Lins. Abs e grato por compartilhar. Ronaldo carneiro
Parabéns, caro Joper. Texto gostoso de ler e com conteúdo sólido.
Parabéns Joper por suas reflexões! Me inspirou, vou assistir a peca.
Muito obrigado!
Parabéns Joper por escrito. Grata por exemplo de vidas.
Que texto inspirador!!!!
Querido Joper,
Seu comentário sobre a performance de Othon Bastos é maravilhoso! Você capturou de forma brilhante a essência e a inspiração que ele traz ao palco, mesmo aos 91 anos. Sua capacidade de destacar a energia e vitalidade dele, assim como a importância da peça “Não Me Entrego Não”, realmente realça a beleza e a intemporalidade da arte. Parabéns por sua sensibilidade e habilidade em transmitir essa emoção!
Abraço Irmã Alberice
Mais um belo texto, Joper. Você é exemplo de vivenciar este novo tempo, com alegria e perseverância em suas atitudes. As pessoas citadas são dignas de exemplos a seguir.
ATOR othon Bastos, retrata a vida como todos nós deveríamos ser.
Temos que ser Leve, Livre, Amar, ter muita Alegria e Gratidão por tudo. VAMOS AMAR A VIDA E VIVER.
PARABÉNS QUERIDO OTHON BASTOS E TANTAS OUTRAS LINDAS PESSOAS VIVE. PARABÉNS QUERIDO AMIGO JOPER.
Parabéns amigo, vc é a inspiração, Exemplo de vida e ações em benefício dos menos favorecidos.
Obrigado, companheiro Joper. Suas palavras dão cores e vida a este espaço cronológico tão diminuto e misterioso, cuja ciência , ao vestir seus hábitos de festa com os ornamentos da consciéncia, percebe … é tarde. Passamos o melhor da vida sem saber como era bom viver ou mesmo sem saber o que seria viver. O sal grosso da Ivette ou o São Bernardo de Othon abrem as cortinas para mais um ato da peça de nossa existência. Obrigado, companheiro. Muito obrigado.
Excelente texto! Um incentivo aos meus 83 anos, que vivo ainda com a curiosidade das inovações mas com os pés no chão das realidades, tentando imaginar o devir dos processos. Conheci a Ivete, andava pelo distrito, e o nosso amigo José Boa Sorte me falou muito do Geraldo Leite e seu trabalho na ABROL. Parabéns, amigo’
Felipe (via WhatsApp): Celebra a importância de viver com alegria e perseverança, independentemente da idade.. Muito bom
Inspirador! Quanta vida no texto, na inspiração e na interpretação!
Traz um renovo ao coração a lembrança de que ESTAMOS VIVOS!Celebrar a vida com alegria todos os dias! Trazer a memória o que traz esperança e força para continuar o caminho.
Parabéns meu amigo. O seu otimismo me insprira sempre.
Abraços.
A Maturidade é linda e experiente! Que o Arquiteto do Universo conceda sobriedade para que possamos viver a experiência.
Fantástico
Oi Joper.
Assisti a peça do Othon Bastos e fiquei igualmente encantado.
“Viver de verdade inclui desapegar-se da própria existência”.
Assisti há pouco tempo uma entrevista com Othon Bastos , e ele falava justamente dessa alegria e o repórter destacava sua energia.
Conseguimos perceber também a energia dele em seu relato.
Parabéns!
De Marco Antônio de Araújo (via WhatsApp): Parabéns meu amigo. O seu otimismo me inspira sempre. Abraços.
De Amália da Costa Sena (via WhatsApp): Parabéns querido amigo Joper pela sua sensibilidade de ver e perceber, através desta linda peça de teatro, como nós deveríamos proceder.
VIVA COM ALEGRIA.
De Paulo Wolkmer (via WhatsApp): Estimado e querido Confrade amigo Joper. O incansável.
Você é um exemplo de trabalho a favor da construção do Bem e da Paz!
É sempre inspirador seus textos. Obrigada por cada linha de reflexão e motivação. E VIVA A VIDA!!!
Meu caro Joper, parabéns pelo texto, o qual é pertinente e destaca a impressionante vitalidade dos 91 anos estrela da peça “Não Me Entrego Não”.
O texto também celebra a longevidade e a perseverança de outras figuras inspiradoras, como o médico rotariano Geraldo Leite e a professora Ivette Siqueira, que, assim como Othon, continuam ativos e irradiando energia em idades avançadas. A mensagem central é a valorização da experiência e da alegria de viver, independentemente da idade, e a importância de aprender com aqueles que mantêm um espírito vibrante e resiliente. A citação inspiradora e inspirada no “Novo Tempo” de Ivan Lins no final reforça a ideia de esperança e resiliência, destacando que, apesar dos desafios, é possível crescer e encontrar a alegria de viver.
Colocações perfeitas e precisas. Belo texto amigo. Obrigado por compartilhar sua sabedoria.
Parabéns companheiro Joper,
Suas reflexões sobre a longevidade e
a resiliência que devemos ter diante da vida nos inspira a viver cada minuto como se fosse único mas, com otimismo, perseverança, alegria e sabedoria .
De André Luiz (via WhatsApp): Texto maravilhoso!!!
Parabéns!!!
De Jurema Diz Gregório Moraes (via WhatsApp): Parabéns pelo texto publicado ,como sempre muito bom. Neste Novo Tempo os longevos estão bem ativos me faz lembrar a atividade do Newton no Rotary, apesar da idade e da dificuldade que para ele não existia.
Sucesso sempre para você Joper.
Caro amigo companheiro e confrade Joper.parabens pelo texto como inspiração e motivador.Com meus 82 anos fiquei bem animado não de viver e fazer.Grande abraço
De Francisco José Werneck (via WhatsApp): O companheiro Joper é conhecido, entre outras qualidades a de ser bom de pena, parabéns pelo texto; mas vale a pena lembrar o filme do Jabor, Suprema Felicidade em que numa das falas do Marco Nanini ele diz “a vida só gosta de quem gosta dela” ; os longevos certamente pensam assim.
De Luciana Ferreira Nuziante (via Linkedin) Que possamos chegar longe e bem, aproveitando sempre os novos tempos, apesar dos perigos
Obrigado Joper, sempre ensinando e dando exemplos.
Um texto de incalculável valor motivacional para quem ultrapassou a barreira dos oitenta. Uma história de valorização da vida . Comum em outros trabalhos literários a SABEDORIA.
Parabéns pelo valor da obra
De Noely Zouain (via WhatsApp:) Gostei muito da peça. Grande trabalho de Othon
Bastos.
Caro Joper,
Sua reflexão sobre a longevidade de tantas pessoas queridas e cheias de história é realmente inspiradora. Nomes como Othon, Mercedes, Ivete e Geraldo deixarão importantes legados que podem nos ajudar a melhorar nosso dia a dia.
Suas palavras nos lembram que a vida é um presente precioso e que devemos valorizar cada momento com aqueles que amamos. Esses indivíduos extraordinários, que viveram tantos anos, nos ensinam a ter gratidão, perseverança e a deixar um impacto positivo no mundo.
Parabéns por essa bela reflexão. Que possamos honrar a memória desses entes queridos e nos inspirar a viver de forma plena e significativa, assim como eles o fizeram.
Forte abraço!
De Rogério Lorenzetti (via WharsApp): Como muitos textos seus, belo e inspirador!
Parabéns amigo!
Inspira e celebra a vida seus percalços e suas travessias. Sensacional.
De Martinha Araújo (via WhatsApp): Em meio a tanta notícia angustiante, seu texto inspira-me “a não me entregar não”. Precisamos de reforços positivos, pois não faltam os negativos.
Texto excelente!
Obrigada, Joper!
De Nelson Araújo (via WhatsApp): Excelente crônica. Principalmente para iluminar os nossos “novos tempos”.
Parabéns Mestre Padrão.
Estimado e querido Confrade amigo Joper. O incansável.
Vc é um exemplo de trabalho, a favor da construção do Bem e da Paz!
Muito bom amigo Joper. Parabéns pela mensagem transmitida por texto inteligente.
De Dolores Vieira (Via WhatsApp): Sucesso querido amigo! Admiro seu talento JOPER ! Abraço
É meu irmão, a vida só acaba quando deixamos que isso aconteça.
Othon dentista, imagina só!
Continue com o seu trabalho e continue a nós brindar com a sua presença! Como diria o Spoc: Vida longa e próspera!
Caro Joper, apesar de não nos conhecermos pessoalmente, por enquanto, já me sinto íntimo, admirador e principalmente inspirado pela sua visão de vida, dinamismo e comprometimento com diversas causas. Tudo isso através de seu amigo e companheiro Gabriel, meu filho. Parabéns pela bela reflexão que nos impulsiona a continuar trilhando ” esses caminhos dos novos tempos”.
De Luciano Ozorio Rosa (via WhatsApp): Mestre Joper, impecável e exemplar Companheiro rotariano e pessoa humana, que belo e profundo texto! Fez-me imenso bem Notei em certo parágrafo um aparente erro de digitação:
“…como um novo dia em nossas vidas sem nos integrarmos, em nenhuma hipótese”. Não seria ” entregarmos”? Forte abraço, com amizade e crescente admiração.
Estimado Companheiro e Amigo Embaixador Luciano Ozório: Graças à sua atenciosa atenção a palavra foi corrigida. São atitudes como a sua que engrandecem este modesto trabalho que vem sendo realizado por este seu admirado confesso. Joper Padrão
Seu relato Joper sobre a peça “Não Me Entrego Não” protagonizada por Othon Bastos aos 91 anos no Teatro Vannucci é uma verdadeira ode à vitalidade e à resiliência. Othon, acompanhado por Juliana Medella como sua “memória”, demonstra que a idade não é um obstáculo para a expressão artística e a paixão pelo teatro. Sua performance impecável, com voz clara e passos firmes, é uma inspiração para todos que têm a sorte de assisti-lo. Ao destacar essa experiência, você nos lembra que a alegria de viver e a escolha de uma vida plena são atitudes que transcendem a idade.
Sua narrativa também menciona outras figuras inspiradoras como o médico rotariano Geraldo Leite, que, aos 98 anos, continua ativo, irradiando energia e incentivando os outros. A professora Ivette Siqueira, com sua sabedoria e alegria aos 95 anos, também foi um exemplo de como enfrentar as adversidades da vida com um sorriso e uma atitude positiva. A história de Ivette, em particular, sobre como ela lida com a dor, é um poderoso lembrete de que a mente e a atitude têm um papel crucial na maneira como experienciamos o mundo ao nosso redor.
A sua mensagem central é clara: a longevidade não deve ser vista como uma fase de declínio, mas como uma oportunidade de continuar contribuindo, aprendendo e inspirando. Você destaca a importância de respeitar e incluir os mais velhos na sociedade, reconhecendo o valor inestimável de sua experiência e perseverança. A letra de Ivan Lins, citada no texto, reforça essa ideia de esperança e resistência, mesmo diante dos desafios. É um chamado à ação para todos nós, para que possamos apreciar cada novo dia como um milagre e viver com alegria, não nos entregando às dificuldades, mas enfrentando-as com coragem e determinação. Parabéns por mais esse belíssimo texto.
Nos meus temos de garoto, na década de 1950, chegar aos 70 anos era meio caminho andado para o fim. Era comum ouvirmos “morreu aos 78 anos. Também, já estava velhinho(a)”. Hoje, a turma pós 80 frequenta academias, participa de corridas de rua, avança na madrugada em noitadas divertidas, enfim, são mesmo novos tempos, amigo. Seu texto, como sempre, é de extrema sensibilidade. Um brinde aos pós 70!!! Nós merecemos.