Ikigai – A Missão de Vida
Assisti ocasionalmente a uma entrevista para um programa matinal da televisão de fim de semana em canal aberto.
A jovem senhora nissei, produtora rural do interior de São Paulo, afirmava com simpatia adotar dois princípios de sua origem: o reconhecimento da importância da ancestralidade e o estilo de vida que ela denominou como Ikigai.
A entrevistada produz tomates, aqueles pequenos, delicados e adocicados. Na safra, quando faz a primeira colheita, ela dedica o primeiro lote a seus avós, hoje falecidos. Diante de um pequeno santuário, com suas fotos, ela se coloca em posição de respeito, com as mãos espalmadas, e faz uma oração segundo sua crença. Assim agradece a seus ancestrais pela renovação do plantio, da colheita e da existência.
Quanto ao estilo de vida fez menção à identificação do propósito de cada um, que denominou como Ikigai, cujo ideograma ilustra este texto. A palavra em japonês significa “razão de viver”, “objeto de prazer para viver” ou “força motriz para viver”. Em pesquisa na internet encontrei esquemas que demonstram algo que era do meu conhecimento, mas sem adotar essa denominação.
Em resumo, assistir a tal entrevista me leva a reafirmar pontos do método Liderança Multidimensional que desenvolvi e que venho aplicando junto a centenas de interessados.
Três desses pontos são: (i) é fundamental estarmos atentos aos sinais, abertos à percepção de informações que possibilitem novos insights; (ii) o reconhecimento de nossa ancestralidade é essencial, tal como acreditam ser os povos originários, entender de onde viemos para compreender quem somos; e (iii) a identificação da Missão de Vida.
Este último ponto – a identificação do Ikigai – como resultante da interseção de quatro fatores: a autorrealização; a competência; o reconhecimento; e o legado. Ou seja, paixão; profissão; propósito; e vocação. O núcleo desses fatores: A Missão de Vida!

Essa filosofia representa dizer ter uma vida em harmonia com seus desejos e expectativas, e reconhecer o impacto possível que venha a resultar dessa prática.
A jovem senhora nissei transmitia sinceridade e leveza em sua entrevista. Ao final, sua imagem foi apresentada junto à sua família e aos produtos da terra que ela planta, cuida e colhe: os tais tomatinhos. Inspirador. Simples como a vida e, como costumo afirmar, simples assim!
E você, que prestigia com sua atenção e leitura dessas palavras, já identificou o seu Ikigai? Se sente disposto ou disposta a absorver novas informações, sem preconceitos? Costuma identificar sua ancestralidade e reconhecer a influência em sua vida? Nada difícil nem complicado. Sem contraindicações.
A apresentação gráfica como uma espécie de mandala, com o objetivo de possibilitar uma melhor visão entre a correlação de quatro círculos superpostos, ajuda a entender e colocar em prática o propósito: O que amo fazer, associado ao que posso fazer bem, somado ao que posso receber como recompensa para fazer o que gosto de fazer e, por último, ao que o mundo carece e que cada pessoa possa deixar como legado, como impacto de sua existência, culmina ao centro, na intersecção principal, com a respectiva Missão de Vida.
Quando a atividade produtiva de cada um é motivada por umpropósito pessoal, reconhecido e auto valorizado, ocorre o alinhamento entre seus valores individuais e os valores da sociedade, levando a pessoa a se sentir mais satisfeita e produtiva resultando em benefício para a coletividade.
Identificar o Ikigai leva a pessoa a transmitir a leveza que a jovem senhora produtora rural do interior de São Paulo transmite quando consultada a falar sobre como entende ser a sua vida.
Eu tenho como Missão de Vida ser um instrumento da paz e um homem útil a um número cada vez maior de pessoas. Ter essa consciência me conforte e incentiva a despertar a cada dia com uma renovada alegria de viver.
É como dizem Lenine e Dudu Falcão na canção intitulada Simples Assim: E a vida continua surpreendentemente bela, mesmo quando nada nos sorri. E a gente ainda insiste em ter alguma confiança num futuro que ainda está por vir. Viver é uma paixão do inicio, meio ao fim. Pra quê complicação, é simples assim.
https://www.youtube.com/watch?v=eIr_nmZu2U0
Que cada um de nós faça a sua parte atuando por colocar em prática os pontos que nos trazem a realizar a cada dia a nossa Missão de Vida, sempre abertos aos sinais e sem jamais desprezar, esquecer ou muito menos ignorar a força de nossa ancestralidade, daqueles que nos antecederam e que nos deram a condição de nos encontramos nesse momento tal como somos e estamos. Simples assim!


Moro em Lins, interior de São Paulo, onde cresci entre muitos japoneses. A imigração japonesa já passou de 100 anos por aqui. Tivemos até um príncipe japonês morando aqui. Gente boa, trabalhadora e que prosperou. Muitos colegas de classe tinham calos nas mãos, porque trabalhavam na roça, pegavam pesado, no cabo da enxada, desde cedo e eram excelentes nos resultados escolares. Até hoje, festas e comidas típicas são muito presentes na vida de Lins.
A sua reflexão sobre a entrevista com a jovem senhora nissei é um convite inspirador para que cada um de nós explore e reconheça a importância de nossa ancestralidade e busque viver com propósito, ou Ikigai.
Você destaca a prática tocante da produtora rural de honrar seus ancestrais ao dedicar a primeira colheita de tomates a seus avós falecidos. Esse gesto não é apenas uma forma de respeito, mas também reforça a conexão com nossas raízes. Ao reconhecer e valorizar a influência de nossos antepassados, podemos encontrar um sentido mais profundo em nossa existência atual e uma direção clara para o futuro.
O conceito de Ikigai, ou “razão de viver”, apresentado na entrevista, é uma ferramenta poderosa para alcançar a realização pessoal. A ideia de encontrar o ponto de interseção entre paixão, profissão, propósito e vocação é fundamental para descobrir nossa Missão de Vida. Ao viver de acordo com nosso Ikigai, podemos harmonizar nossos desejos e expectativas, resultando em uma vida mais satisfatória e significativa.
A sua reflexão ressalta a importância de estarmos abertos aos sinais ao nosso redor e receptivos a novas informações. Essa abertura nos permite adquirir insights valiosos que podem guiar nosso caminho e enriquecer nossas experiências.
Encontrar e viver nossa Missão de Vida nos possibilita alinhar nossos valores pessoais com os da sociedade. Isso não apenas nos faz sentir mais realizados, mas também nos torna mais produtivos e nos permite contribuir positivamente para o bem-estar coletivo.
A simplicidade e leveza que a entrevistada transmite é um lembrete de que viver de forma plena e significativa não precisa ser complicado. Ao focarmos no que é essencial, podemos nos libertar de complexidades desnecessárias e encontrar alegria nas pequenas coisas.
A sua mensagem é clara: ao identificar e viver nosso Ikigai, podemos não apenas melhorar nossa vida pessoal, mas também impactar positivamente o mundo ao nosso redor. Como a canção “Simples Assim” ilustra, viver é uma paixão que pode ser descomplicada. Que cada um de nós se esforce para encontrar seu propósito e agir de acordo com ele, sempre respeitando nossa ancestralidade. Simples assim!
De Antônio Carlos Esteves Torres (via WhatsApp): A sabedoria nipônica é muito profunda e, paradoxalmente, para quem tem o poder secreto de nosso confrade Joper, SIMPLES ASSIM. Obrigado, Padrão, exemplo a ser seguido.
Caríssimo Joper Padrão, que bom que você haja não apenas captado a lição de vida proporcionada pela jovem produtora rural de ascendência japonesa como também integrado o princípio nipônico do ikigai ao seu método de aprimoramento pessoal e motivação filosófica a que denomina Liderança Multidimensional
Sou-lhe grato por haver compartilhado conosco a singela e ao mesmo tempo estimulante entrevista e, sobretudo, o diagrama do método que com tão bom critério idealizou.
De João Flávio (via WhatsApp): Maravilha Sr.Joper. A definição de Filosofia: AMOR PELA SABEDORIA ou MELHOR MANEIRA PARA SE VIVER, tudo que este texto encerra. Obrigado
Caro amigo Joper! É impressionante como você busca nas surpresas do cotidiano lições que nos fazem entender melhor o que somos, e para onde vamos, e se tiver um pouco mais de sabedoria, melhor ainda…Valeu!
De José Budoia (via WhatsApp): Bravo! Durante toda a minha vida, sempre adotei uma metodologia japonesa – Kaizen – melhoramento contínuo. Saber priorizar e trabalhar em equipe… maravilha… sabedoria oriental adotada após guerra..
De Érico Marques de Almeida (via WhatsApp): A cultura é magnífica tds deveriam seguir e praticar, educação e comportamental. Tenho amigos japoneses para mim sao exemplo.
Querido padrinho, eu tenho muito respeito pela cultura japonesa, estou morando atualmente ao lado do clube Nikkei, escuto algumas aulas aqui do meu jardim, admiro a disciplina e o respeito que eles têm uns com os outros. Está como meu objetivo de vida ir fazer algum curso com eles em 2025. Amo os tambores, se me aceitarem, é por onde pretendo começar, rs, rs,
Tenho a filosofia de que todo dia podemos aprender alguma coisa nova…
O exemplo de vida que eles estão sempre nos mostrando é fantástico, a lembrar, na Copa do Mundo, que depois do jogo de futebol no Maracanã, eles sairam recolhendo todo lixo das arquibancadas, sem ninguém os obrigar.
o mundo seria maravilhoso se cada um de nós puder encontrar e aceitar o seu IKIGAI
Isso é muito bom que às vezes alguns dizem não ter tempo para ler, refletir ou mesmo prestar atenção. A vida está passando e não dá para rebobinar o filme do tempo do agora. Fiquemos atentos!
Os textos do Joper são necessários e inspiradores! Me senti conectada com a questão de conhecer sua ancestralidade para se auto conhecer!
Obrigada ❤️
De João Alfredo Noronha (via WhatsApp): Que belo texto Joper,
Me lembrei de meus pais, que você conheceu bem, e atualmente meu Ikigai é dedicação ao próximo, que eles nos ensinaram muito bem, agora dedico meu tempo a ajudar instituições que cuidam de crianças em situação de vulnerabilidade familiar e social, é tão gratificante , você sabe muito bem como é…
Obrigado pelo texto,
Um grande abraço
Joao Alfredo
Interessantíssimo esse seu trabalho, Confrade Joper!
Nunca havia notado meu trabalho no voluntariado por esse prisma.
Muito inspirador o texto e seu comentário. Não podemos deixar de lembrar de onde viemos, o que herdamos é o que buscamos.
Parabenizo Joper pela sensível reflexão sobre o Ikigai e a filosofia japonesa. O texto destaca a importância da ancestralidade e do propósito como pilares de uma vida plena, inspirando pela simplicidade da história da jovem nissei produtora rural. A associação com a Liderança Multidimensional enriquece a mensagem, mostrando como alinhar paixão, competência e legado pode beneficiar o indivíduo e a sociedade. Uma leitura leve e inspiradora, que nos convida a reconhecer nossa missão de vida.
Penso que a vida não teria sentido se não fosse nossos ancestrais. Sigo na tentativa de levar a vida cada vez mais leve, o que nem sempre é fácil, e me inspiro muito nas suas reflexões.
Um abraço forte, amigo!
Amigo e prezado Joper Padrão, o Japão é reconhecido como o país mais antigo do mundo que passou a ser habitado em 660 A.C..A cultura é muito diversificada, na segunda guerra mundial, foi derrotado pelos Estados Unidos e esse ao tomar de conta, observou como era rica e quanto os Japoneses eram educados e obedientes , então todos esses valores foram muito bem aproveitados e foi implantado a pacificação e os japoneses aceitaram que não teriam FAS, hoje os Estados Unidos tem bases no seu território e isso dar a segurança aos seus habitantes. A cultura da ancestralidade ela vem dos seus primórdios, o respeito é uma cultura que travessa milhares de anos. Ikigai , traduz essa razão de viver. Infelizmente no mundo ocidental esses valores estão sendo esquecidos. Eu tenho muitas dúvidas sobre a Cremação, eu estive há alguns dias num velório e esse assunto foi conversado, nesse caso seria cremação e ouvi de muitos que diziam que era melhor decisão, fiz uma indagação, porque, e a maioria respondeu, agora não precisamos mais a ir a cemitério, levar flores, rezar , pois isso podemos fazer em casa. Eu vejo isso como um passo para o esquecimento, e vejo que essas raízes fortes com a nossa ancestralidade no mundo ocidental, já é coisa do passado.. Parabéns pela provocação de fazermos a conhecer e nos enriquecer com temas que nos leva a nos refletirmos como podemos melhorar a nossa vida. Obrigado
De José Renato de Miranda (via WhatsApp): Companheiro Joper, show, muito bom, considero atitude Egoísmo Saudável alinhada com famoso e super-útil Ikigai, a diferença está na agressividade para se fazer o mergulho em si mesmo no ambiente da Idade Digital
Ótimo fim de semana
De MirthaItati Aguirre Gutierr (via WhatsApp): Ay !! Maravilhoso meu caro amigo. Muito bom. Sempre enriquecedor rudo o que você faz
De Angela (via WhatsApp): Em choque!
Que experiência foi essa?!
Percebi que é detalhista, determinado, focado, inteligente, culto, metódico mas levar um tiro, contactar quem seria fundamental nesse momento, dirigir até o local do socorro e ter forças pra gritar e impor sua vontade! Você é uma pessoa muito, muito forte. O sorriso na foto, meio que tímido, esconde uma fortaleza.
Querido amigo Joper o artigo nos convida a uma reflexão profunda sobre o propósito de vida , trazendo a sabedoria do Ikigai como um guia. A história do produto dara rural nissei inspira pela conexão com a ancestralidade e a simplicidade, valores tão necessários em tempos de complexidade. Esse equilíbrio entre paixão, profissão e impacto social reforça a importância de vivermos com significado e alinhados aos nossos valores. Uma mensagem poderosa que nos faz pensar sobre nossas escolhas e o legado que deixamos.
De Gesron Aoki (via Facebook): Muito obrigado por esta reflexão e ensinamento!
De Nélio Lino Barbosa (Via WhatsApp): – Não precisarei me externar demasiado sobre o publicado e comentários.
Em poucos anos meu neto, hoje juiz no RS, adicionou a nossa uma família japonesa, ao casar com a Tayssa Sato. Conheci a avó, Kiomi, matriarca, já beirando os 90 anos, figura sempre sorridente, pais e irmãos. Tayssa trouxe- nos a Laura, minha única bisneta, hoje com 7 anos.
Esse novo quadro em minha família e como se, no fim dos meus dias, tivesse recebido um prêmio. E estou vendo no casamento do meu neto e na educação da bisneta, reflexos importantes que vem da linhagem da Tayssa. Obrigado, Kiomi.
De Juli Lima (via Recanto das Letras)
Bom Dia! Reflexiva mensagem! Bj poesia