Amanhã … quem o fará (1)
A Cidade do Rio de Janeiro ganha um novo ícone da arquitetura moderna. O Museu do Amanhã se soma ao Cristo Redentor, aos Bondinhos do Pão de Açúcar, ao Estádio do Maracanã e a tantos outros monumentos que, junto com as belezas naturais, fazem por merecer o título de Cidade Maravilhosa.
Esse novo centro de cultura pública tem, como sua própria denominação propõe, o objetivo de voltar os olhos dos interessados em pensar e pavimentar o futuro. E voltar a mente para o amanhã é um delicioso desafio.
Recentemente tive uma conversa com uma amiga que me ajuda nessas reflexões. Dizia-me ela que sua filha, uma advogada bem formada e com boa posição profissional em uma grande empresa do mercado financeiro, casada com um jovem médico de projeção internacional, tinha tomado uma decisão importante para o casal: ter sua primeira gravidez. Uma notícia auspiciosa que alegra seus familiares e amigos.
No entanto, a conversa teve um desdobramento. A decisão implicava em uma estada em Lisboa. Isso mesmo! O casal decidiu engravidar de seu primeiro neném, mas faze-lo na Europa de modo a proteger a gravidez e o rebento dos riscos da Zika. Significa viver em Portugal por pelo menos 9 meses. E, certamente, por um tempo distendido (até quando só Deus sabe!) .
Matéria recém veiculada pelo programa Em Pauta. da GloboNews, tratou sobre o mesmo tema, porém voltado a casais de classe média alta que decidem gerar suas proles em Nova York e outras cidades estadunidenses sob a suposta manta da segurança em relação ao mosquito transmissor. No entanto, os jornalistas foram muito felizes ao explorar outros motivos. Dentre estes, o chamado “Direito do Solo” já que, segundo as leis daquele pais da América do Norte, a criança que lá nasce tem a cidadania estadunidense. E mais. No futuro, esse “cidadão norte-americano” de nascimento, poderá propiciar a seus pais o green card, pois pais de cidadãos estadunidenses podem acessar essa benesse legal.
Ora, se a classe média alta decidir, por diversas razões egocêntricas, mudar seu domicilio para outros países “mais desenvolvidos”, o que será do nosso amanhã? Para quem o Museu do Amanhã estará dedicando o seu campo físico de pensar?
Eu prefiro ficar por aqui. Com mosquito, com crise, com todos os desafios que se apresentam a nós, alguns impostos pela Natureza, outros construídos por nossos próprios compatriotas, eu opto por permanecer nesse pedaço extraordinário do Planeta que um dia decidiram denominar BRASIL!
Joper Padrão