A construção do Personagem – um mosaico de qualidades
Fui eleieto Governador 2001-2002 do Distrito 4570 pelo voto direto dos Clubes, como candidato recorrente à indicação do Colégio de Governadores que, pela segunda vez consecutiva, optava pelo nome de um outro Companheiro diferente daquele que era apresentado pelo Rotary da Tijuca para servir nessa importante missão como seu representante, em sucessão aos dois anteriores, os Governadores Marino Gomes Ferreira, 1968-1969, e João Augusto Regalla, 1975-1976, Eram mais de 25 anos sem o Tijuca servir a Rotary International com um de seus integrantes.
Uma vez eleito pela maioria dos votantes, era indispensável buscar uma demonstração inequívoca de apreço, respeito e consideração por aqueles que me antecederam. Assim, decidi construir o personagem que me caberia desempenhar – o de Governador 2001-2002 do Distrito mais antigo de língua portuguesa em todo o mundo, buscando incorporar em minha performance características que eu considerava predominantes no desempenho daqueles que haviam percorrido a jornada na liderança do Distrito, e com os quais tive o privilégio de conviver.
Daí surgiria, então, um verdadeiro mosaico de qualidades de meus antecessores que eu procuraria incorporar com absoluta naturalidade.
Para isso, me caberia estudar cada período, cada Governador, e pinçar dessa pesquisa aqueles traços marcantes do desempenho daquelas personalidades, segundo meu senso de observação.
Alberto Pires do Amarante, 1955-1956, engenheiro, pesquisador e historiador; Marino Gomes Ferreira, 1968-1969, médico, acolhedor e compreensivo; João Augusto Regalla, 1975-1976 igualmente médico, alegre e entusiasmado; Genival de Almeida Santos, 1976-1977, economista, estrategista e articulador; Mauro Ribeiro Viegas, 1980-1981, arquiteto, visionário e corajoso; Carlos Pinto Loja, 1981-1982, comerciante, ardoroso incentivador da Fundação Rotária; José Moutinho Duarte, 1983-1984, elegante e firme; Carlos Henrique de Carvalho Fróes, 1986-1987, advogado, visão de internacionalidade; Silvestre Teixeira Filho, 1989-1990, empresário, coragem e superação; Yutaka Okumura, 1990-1991, empresário, obstinado na busca de parceiros internacionais; Edson Avellar da Silva, 1993-1994, engenheiro, incansável e perseverante; Domingos de Resende Menezes, 1994-1995, contador, excelente oratória e incentivador; Hertz Uderman, 1995-1996, empresário, comunicador e divulgador; Clidenor Torres de Oliveira, 1996-1997, militar da reserva, doçura e acolhedor; e Adélia Antonieta Villas, 1998-1999, professora, pioneirismo e agregadoria.
O mosaico estava pronto para o personagem. Faltava, a partir de então, colocar essas características em prática, com naturalidade, assim como um ator o faz com o papel que lhe cabe apresentar ao seu público.
Daí surgiram iniciativas como a adoção da poesia e músicas para inspirar os discursos; o caleidoscópio como presente aos Presidentes; os Troféus com peças artísticas; o pedido para plantio de Árvores da Amizade, ao invés de receber presentes; a ousadia de crecer o número de Clubes em 10% (7 novas unidades) em um só período; a superação do desafio de manter a recepção ao Presidente de Rotary International no fatídico dia 11 de setembro; e outras mais, características essas que serão delineadas em artigos semanais que serão apresentados nessa série que, podemos admitir (eu e os leiores) ser uma verdadeira viagem no Túnel do Tempo.
Espero que aqueles que possam prestigiar esses textos aproveitem a leitura e contribuam com seu comentários.