As Árvores que Plantamos
Ao planejar as Visitas Oficiais tive em mente as atitudes do arquiteto, professor, empresário e companheiro do Rotary Club do Rio de Janeiro, o Governador Mauro Ribeiro Viegas. Isto porque Mauro, um visionário, quando da preparação de seus Presidentes no período 1980-1981 disse ao grupo: Por favor dispenso presentes pessoais; façam aplicação em projetos sociais.
Inspirado nessa atitude ousada para seu tempo, e na prática de nosso fundador Paul Harris em promover o plantio de árvores por onde passava na época de consolidação e expansão do Rotary, árvores essas que ele denominava como Árvores da Amizade, decidi então pedir aos Presidentes Padrão: Por favor, dispenso presente pessoais; façam o plantio de árvores da amizade comigo, em ambientes públicos, preferencialmente com alunos e professores de escolas de ensino fundamental de suas localidades.
Assim foi feito. E assim está registrado na aba Governador 2001-2002 do Distrito 4570, sub aba Visitas Oficiais 2001-2002 Distrito 4570, deste sítio.
Os Presidentes Padrão aquiesceram ao meu pedido e se esmeraram em atender ao que lhes pedia. Todos, e cada um deles, promoveu o plantio de Árvores da Amizade de várias espécies e sempre com representantes da comunidade junto de nós no ato simbólico. Alguns excederam, e ao invés de plantar uma muda, distribuíram centenas delas em suas áreas de atuação. Por exemplo os Rotary Clubs de Duque de Caxias e de Bangu.
O plantio de Árvores da Amizade foram sempre acompanhados de mensagens ditas pelas pessoas que participavam do ato em homenagem a que era plantada. E fatos pitorescos são memoráveis. Por exemplo o plantio junto à Igreja da Candelária, pela presidente Christa Bonhof Grun, do Rotary Club do Rio de Janeiro. Ela, genuína alemã de nascimento, quando suscitada a dirigir uma mensagem sua para a árvore, olhou carinhosamente para mim e me indagou: Mas, Governador, aqui se falar com árvores? E a árvore vai ouvir? E eu prontamente lhe respondi: Presidente, com o tempo você verá como a árvore ficará frondosa. E Christa acedeu ao meu pedido e proferiu uma mensagem para a árvore. Imagem a cena … Passados 20 anos a árvore está frondosa, e quando ocasionalmente tenho a oportunidade de estar com Christa (o que me é sempre muito agradável) digo a ela: Companheira, viu como a árvore te ouviu???
Um outro episódio, nessa mesma linha, ocorreu com o Rotary das Laranjeiras, que se reunia nos salões do elegante Fluminense Football Club. Todos os Rotarianos, tricolores (assim denominados os torcedores do Fluminense) sabiam que eu sou torcedor do Vasco da Gama por tradição familiar. Eis que no dia do platio da árvore me conduziram solenemente para os jardins do Club e lá me ofereceram uma muda de bananeira, para o ato simbólico do plantio. Eu, percebendo a doce armadilha, disse ao grupo: Uma bananeira? Ao que prontamente me responderam: Governador, com todo o respeito, aqui no solo sagrado do Fluminenese Football Club um vascaíno só pode plantar bananeiras … E, depois do plantio (que o fiz, sem aceitar a provocação kkk), acompanhado de muita alegria e descontração, plantamos o merecido Ipê Amarelo.
O gesto do plantio de Árvores da Amizade também representava o nosso respeito pelo Programa do Companheiro Presidente de Rotary International Paulo Viriato Corrêa da Costa, o Preserve o Planeta Terra.
Os Presidentes Padrão compreenderam a mensagem e a apoiaram com seus gestos em locais públicos. Mas também foram generosos, e além de o plantio, também me ofereceram mimos, muitos dos quais simbolizando Águias das mais diversas formas: Águias em pedras semipreciosas, Águias em pinturas, enfim Águias de todos os jeitos. E eu as tenho comigo, junto com outros presentes recebidos com muito carinho, e sempre tendo em meu coração a gratidão pela acolhida que esses generosos companheiros e companheiras tiveram nas recepções que ofereceram ao casal Governador.
As árvores que plantamos simbolizam a nossa atenção para aquele gesto de 20 anos atrás. A memória de Mauro Viegas estava viva. E eu, por onde passo, visito essas árvores e a elas me dirijo em pensamento. Algumas não resistiram ao tempo; essas foram poucas. Muitas outras estão frondosas e oferecendo a sombra, a beleza e o frescor que lhes são próprios. Cumprem a sua missão.
De lá para cá mantive a prática do plantio de Árvores da Amizade sempre que uma oportunidade assim me é oferecida. Por isso, temos árvores da amizade plantadas em Boa Vista, Roraima com o Governador Fernando Quintella; no interior de São Paulo; no Rio Grande do Sul e, em breve (assim espero), em Salinópolis, no Pará, quando lá estiver para participar (com grande honra) da Conferência do período 2023-2024 do Distrito 4720, em maio próximo.
Assim foram as árvores que plantamos até aqui, e as que ainda virão, enquanto a vida assim me permitir, com a Graça de Deus.
PS: Ilustração colhida em https://diariodocomercio.com.br/economia/fundacao-pitagoras-e-estado-lancam-movimento-para-plantio-de-arvores/#gref
24 comentários
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Encantada com o sua atitude reverente em relação às árvores.
Desde a minha admissão ao Rotary Club de Mendes instituímos a prática de plantar árvores em todas as ocasiões possíveis: visitas de Governadores, de outros clubes, aniversários, admissão de novos associados…E é extremamente gratificante acompanhar o desenvolvimento desses seres magníficos.
Espero um dia contar com sua presença em nossa pequena cidade para deixar aqui também uma Árvore da Amizade, como já temos de vários Companheiros que por aqui passaram.
Parabéns pelo relato de tão belos gestos em favor da natureza que nos agracia todos os dias com sua beleza.
Caro amigo:
É muito prazeroso poder viajar no tempo com você através de suas memórias do tempo em que foi nosso Governador do Distrito 4570.
Continue a nos inspirar sempre!
Que delicia de relato. Fui uma presidente Águia Real e esta época me traz muita nostalgia
De Sérgio (via WhatsApp): Prezado Joper
Parabéns pelo resgate histórico do seu relato e a iniciativa do plantio de árvores. Inclusive tomei a liberdade de repassar.
Infelizmente ontem, mais uma vez, ao transitar da Barra da Tijuca para Tijuca a noite, no Alto da Boa constatei um aumento de construções e luzes na Floresta da Tijuca. Como pode termos uma sociedade que defende com palavras e ações demagógicas a defesa do meio ambiente e nada é feito para combater o desmatamento ilegal?
Cordial saudações!
De Miriam Lepsch (Via Whatsapp): Bom dia, Professor Joper! É sempre muito agradável e instrutiva a leitura de seus textos. Além de muito bem elaborados, nos transmitem a certeza da elegância, leveza e o melhor dos sentimentos humanos.
Parabéns!
Que Deus o abençoe!:
José Maria Mesquita (via Whatsapp): Bela idéia, consistente execução apresentados em um texto interessante e agradável de se ler. Projeto elogiável. Tem como saber quantas árvores existem hoje? Curiosidade de um procurador insaciável
Governador Joper , que belo texto.
A ideia foi ótima, eu também adoro plantar árvores, ou qualquer outro verde.
Arvore é vida, é oxigênio, é sombra é paz.
Adorei a perenização da ideia. Continue sempre e quando vier à Brasília vamos plantar uma árvore aqui também.
E se for só Rio visitarei e abraçarei as plantadas por ti.
Parabéns. Muito bom Rotary em ação.
Parabéns Joper.
As árvores agradecem pela iniciativa, assim como o universo e pai maior te dará longa vida para deixar todos os ensinamentos que estão ao seu alcançe. Saude e Paz . Deus te abençoe.
Maria Eugênia Sena
Querido Amigo Bom
Pra Valer!
Que relato extraordinário contido em seu belo exemplo. Plantar Vida em homenagem a Amizade.
Que essa corrente Verde siga por todo Sempre.
Parabéns!
Governador Joper, a sua visita ao Rotary Club RJ Lagoa, foi o meu primeiro contato com a estrutura distrital, lembro do plantio da arvora, Clube Monte Líbano, até hoje no local, viva.
Parabéns pelo artigo, brilhante como sempre!
De Franklin Pestana (via Whatsapp): Parabenizo ao amigo pela iniciativa de mostrar que valem a pena ações dessa natureza e mostrar os frutos delas. Parabéns pela persistência no caminho. Um grande abraço
De Chico Neves (Via Whatsapp): Grande amigo Joper, obrigado por compartilhar o seu texto. Uma viagem no tempo com uma narrativa contemporânea. Plantar árvores tem sido uma chancela da sua missão, dentre tantas outras aqui na Terra. E eu, assim como Sonia, meu filho Carlos e meus netos Cadu e Isabella, nos sentimos privilegiados por ter participado da plantação de algumas árvores. Sempre que passamos próximo de uma delas lembramos claramente do dia em foram plantadas. São memórias gostosas que ficam para sempre em nossas mentes e corações. Obrigado amigo por ter nos dado essa oportunidade, por ser quem você é e por ser nosso amigo e da nossa causa. Que Deus continue iluminando e abençoando o seu caminho. Forte abraço.
Uma fase inesquecível à qual, como Presidente Águia me juntei por convicção e alegria. O que me alegra é motiva e que sirva de exemplo é a persistência do Governador Joper em continuar nessa prática e com o mesmo entusiasmo. Os exemplos arrastam!
Parabéns, Mestre Joper, seu texto é brilhante seria tão bom se as coisas funcionassem dessa forma.
O texto “As Árvores que Plantamos” narra uma bela iniciativa inspirada nas atitudes visionárias do arquiteto, professor, empresário e companheiro do Rotary Club do Rio de Janeiro, o Governador Mauro Ribeiro Viegas. Durante o planejamento das Visitas Oficiais, o Governador Mauro expressou sua preferência por dispensar presentes pessoais e, em vez disso, incentivar a aplicação desses recursos em projetos sociais.
Inspirado por essa ousada atitude e seguindo o exemplo do fundador do Rotary, Paul Harris, que promovia o plantio de árvores como símbolo de amizade, o autor do texto decidiu pedir aos Presidentes Padrão que, em vez de presentes pessoais, plantassem “Árvores da Amizade” em ambientes públicos, especialmente com alunos e professores de escolas de ensino fundamental.
Os Presidentes Padrão aceitaram o desafio e se dedicaram a esse nobre propósito. Cada um deles promoveu o plantio de árvores de várias espécies, muitas vezes envolvendo a comunidade local. Alguns foram além e distribuíram centenas de mudas em suas áreas de atuação. Um exemplo memorável é o plantio próximo à Igreja da Candelária, onde a presidente Christa Bonhof Grun, do Rotary Club do Rio de Janeiro, questionou com carinho se era possível falar com as árvores e se elas nos ouviriam. Uma cena que ilustra a conexão entre a natureza, a amizade e a comunidade.
De Isarel Affonso (via WhatsApp): Texto delicioso, caro Joper! Quando governador do Distrito 4480, lancei a campanha Adote Uma Nascente, desafiando o Interact a buscar orientação das Casas da Lavoura e que procurassem nas propriedades rurais, nas periferias de suas cidades, nascentes sem cobertura vegetal e plantassem bosques de árvores nativas em volta delas. A campanha acabou envolvendo os rotarianos e rotaractianos. Milhares de árvores foram plantadas e dezenas de bosques e nascentes desaparecidas ressurgiram. Lancei a campanha em 2005 e ela perdura até hoje. Ao deixar a governadoria, assumi a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentado e implantei o programa Bosques Urbanos, com plantio de milhares de árvores plantadas às margens dos córregos urbanos e áreas verdes nos loteamentos aprovados. Os rotarianos, interactianos e rotaractianos de Lins, foram grandes parceiros para o sucesso desse programa. Hoje, as , Árvores que Plantamos, estão ajudando as pessoas a enfrentarem o calor excessivo, gerado pelas mudanças climáticas. Assim, com iniciativas como as nossas, acontece a magia do Rotary, caro Joper.
De Cecilia Sequeira (via WhatsApp): Parabéns Companheiro. Desde esse tempo que no nosso distrito se planta a árvore da amizade! Em 2008 qd fui presidente plantamos 103 árvores grandes no parque chamado Parque da Cidade. Foram e continuam a ser iniciativas muito importantes. Um abraço
De Ricardo (Via Whatsapp): Repetir a exaustão…
“Ultimamente a coisa se tornou mais complexa porque as instituições tradicionais estão perdendo todo o seu poder de controle e de doutrina. A escola não ensina, a igreja não catequiza, os partidos não politizam. O que opera é um monstruoso sistema de comunicação de massa, impondo padrões de consumo inatingíveis e desejos inalcançáveis, aprofundando mais a marginalidade dessas populações”. Darcy Ribeiro
Caro Co Joper, a sua iniciativa de plantar Árvores da Amizade, inspirada pelas atitudes visionárias de Mauro Ribeiro Viegas e a prática de Paul Harris, fundador do Rotary Club, reflete uma abordagem profunda e significativa para celebrar laços de companheirismo e ao mesmo tempo contribuir para a preservação do ambiente. A decisão de substituir presentes pessoais pelo plantio de árvores em ambientes públicos, envolvendo a comunidade local, especialmente alunos e professores, não apenas promove a consciência ambiental, mas também fortalece os valores de responsabilidade social e comunitária. Essa prática, adotada durante as Visitas Oficiais do período 2001-2002 no Distrito 4570, demonstra um compromisso genuíno com a sustentabilidade e a construção de um legado positivo para as gerações futuras.
Os episódios narrados, como o plantio de uma árvore junto à Igreja da Candelária e a brincadeira amistosa envolvendo a muda de bananeira no Fluminense Football Club, ilustram como gestos simbólicos podem transcender o ato em si, gerando momentos de alegria, reflexão e conexão entre as pessoas. Além disso, a adesão e o apoio dos Presidentes Padrão ao plantio das Árvores da Amizade, e até mesmo o oferecimento de mimos adicionais, refletem o espírito de generosidade e a valorização de iniciativas que promovem bem-estar coletivo e respeito ao meio ambiente.
O legado dessas árvores, algumas das quais não resistiram ao tempo, enquanto outras continuam a crescer frondosas, simboliza o impacto duradouro de ações conscientes e orientadas para o bem comum. Essa prática, mantida ao longo dos anos, não apenas honra a memória de figuras inspiradoras como Mauro Viegas, mas também reafirma o compromisso contínuo com a preservação do planeta e o fortalecimento dos laços de amizade e cooperação. A expansão dessas iniciativas para outras regiões, como Boa Vista, Roraima, e a expectativa de novos plantios, como em Salinópolis, Pará, mostra que a mensagem e a missão das Árvores da Amizade continuam a ressoar e a inspirar, perpetuando um ciclo virtuoso de respeito, cuidado e conexão entre as pessoas e o meio ambiente. Parabéns, seu texto é inspirador.
Querido amigo Joper. Texto sempre muito caprichado, envolvente e, acima de tudo, com imenso potencial de arrasto (“Palavras inpiram; exemplos arrastam, Santo Agostinho, sempre usado por você). Aqui em Roraima você já plantou diversas árvores, nos RYLA realizados pelo Rotary Club de Boa Vista-Caçari, do qual voc^´e é associado honorário. Somos gratos por você espalhar tanta sabedoria por onde passa. Forte abraço
Estimado amigo Joper,
Parabéns pelo relato histórico do plantio da Árvore da Amizade. Uma iniciativa louvável para o Rotary.
Não posso deixar de me referir ao significado, na cultura japonesa, do plantio de árvores e flores que é a expressão de sentimentos e emoções de maneira mais sútil do que as palavras. (“Palavras e emoções inspiram, exemplos arrastam”)
Continue na sua missão de espalhar o bem, cuidar do próximo, lutar pelo bem da humanidade e do meio ambiente.
Primo Parabens pelo lindo texto que nos da consciência do belo trabalho que esta sendo desenvolvido….Cuidar da natureza com tanto amor carinho….mto orgulho..missão linda…bjs saudades…
De Angela da Tijuca (via Whatsapp): Bom dia
Fala sério!
Que história maravilhosa!
Vou até compartilhar porque as pessoas que convivemos precisam ter as mesmas afinidades que nós.
Que texto!
Que homenagem linda.
Amo o mar e olhar o céu à noite. Os dois ao mesmo tempo, é mais raro mas cada vez é um momento único.
Minha mãezinha até o dia do Senhor a recolher, sempre olhava para as árvores e exclamava sempre muito feliz para eu fazer o mesmo.
Hoje, 7 anos depois continuo fazendo isso e de agora em diante, vou lembrar de você e da origem de muitas delas.
Precisamos continuar a construir a Floresta da Amizade e reduzir os impactos dos avanços de construções desenfreadas. Texto é comentários deixados aqui são constatações e reflexões construtivas a pensar: QUAL MUNDO QUEREMOS DEIXAR COMO NOSSO LEGADO EXISTENCIAL?