Dia Interamericano da Água 2016
O Dia Interamericano da Água foi celebrado pela Associação Comercial do Rio de Janeiro com as palestras de Haroldo Mattos de Lemos e Joper Padrão na reunião do Conselho Empresarial do Meio Ambiente e Sustentabilidade de 14 de outubro.
Haroldo de Mattos discorreu sobre A Crise da Água no Mundo. Renomado professor e conceituado internacionalmente, Haroldo evidenciou informações de caráter global e nacional sobre o tema. Em seu discurso, enfatizou a importância de se rever diversas práticas, tanto na agricultura, quanto no tratamento da água para consumo humano reiterando seu ponto de vista abalizado e contrário à fluoretação da água que, no Brasil, é obrigatória por Lei mas, como comprovado, se torna ineficaz diante dos argumentos que sustentam essa prática.
Joper Padrão, por seu turno, apresentou dois aspectos em sua palestra, iniciando por rememorar a origem do Dia Interamericano da Água, fruto da proposta apresentada no XXIII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental, promovido pela AIDIS em Havana, em 1992. Sendo a ABES o Capítulo brasileiro da AIDIS, lá estavam representantes da organização brasileira sendo portanto, honroso dever dos atuais associados manter acesa a chama acesa por aqueles visionários que propuseram a mobilização de diversos grupos e a possibilidade de que tenham acesso à informação sobre o tema como um motor importante para a promoção de ações concretas no campo da valorização da água como elemento essencial à vida e ao desenvolvimento social.
Na segunda parte, o palestrante abordou ou Desafios para o Rio e, dentre o vasto elenco de incitamentos, destacou 8 pontos denominando-os de forma instigante:
- O Rio Sem Rio – abordando a Luta pela Água dos cariocas desde a fundação da Cidade à beira mar plantada
- A Responsabilidade Recorde – destacando a importância da Estação de Tratamento é Águas do Guandu, reconhecida pelo Guinness World Records como a maior do Mundo
- Riscos Múltiplos – realçando o Rio Paraíba do Sul com manancial e o traçado da Rodovia Rio-São Paulo (BR 116) às suas margens, com constante riscos de acidentes contaminantes
- O Mais é Demais – tratando sobre o desperdício, tanto pelas perdas físicas do sistema que abastece o Grande Rio, como hábitos de consumo que levam (como a vasoura hidráulica) e a “água social” distribuída às comunidades sem medição de consumo
- Personagem à Procura do Autor – relembrando o extinto BNH Banco Nacional da Habitação como órgão de financiamento e fomento das Empresas Estaduais de Saneamento e as consequências de sua extinção
- Escassos e Mal Tratados – relatando a poluição do manancial, o Rio Paraíba do Sul, os custos elevados de seu tratamento, e a falta de opções alternativas
- Palavras São Palavras – abordando as promessas históricas de despoluição de corpos hídricos, como a complexo lagunar de Marapendi, e da Baía de Guanabara, e a falta de investimentos que reduzam os vergonhosos índices de tratamento de esgotos urbanos
- Como Será o Amanhã – analisando a anunciada “calamidade pública financeira” alertando para que essa situação passageira jamais sirva de argumento para arranjos que sejam perniciosos ao interesse público, como por exemplo a até pouco tempo atrás pretendida privatização da CEDAE como forma de reduzir a dívida do Governo do Estado com a União, o que se mostra inaceitável.
A reunião teve a participação de inúmeros conselheiros, empresários, profissionais e representantes de entidades de destaque na cena social do Rio de Janeiro.
A AC Rio e a ABES, assim, cumpriram com o papel proposta em Havana, ao realizar e apoiar esta atividade educativa propiciando a troca positiva na cultura da água para a sua preservação, uso racional, acesso universal e sustentabilidade.
Água e Saneamento na Agenda 2030 – O Caminho para o Desenvolvimento Sustentável!